terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sangue Azul

Quem nunca ficou em casa, à noite, somente para saber o resultado de um jogo do seu time ou torcer em jogos transmitidos em radinhos de pilha? E não são raras as pessoas, que se dispõem a falar que conhecem seu clube do coração, sem um dia sequer ter passado por essa situação. E comigo não poderia ser diferente. Morava com minha família em uma cidade do interior mineiro, Juiz de Fora, onde os costumes eram mais cariocas que os enraizados da terra que originava esta cidade.
Só aí, já se poderia imaginar a terrível batalha em defender um time de Minas Gerais, onde os times cariocas tinham uma enorme influência.Na escola, nas praças, nos bares, com os amigos... Em cada canto da cidade cheirava a boemia e a malandragem carioca. Como já era de se esperar, essa influência se ramificava no cenário nacional e tinha como “aliada” a força do futebol paulista. Eram inúmeros os casos de abusos e repressões às agremiações pertencentes a outros estados. Como são de conhecimento de todo cruzeirense, exemplos claros são: a final de 1974 contra o Vasco, e mais recentemente o campeonato brasileiro de 2010 contra o Corinthians.
Em meio a uma grande massa de torcedores “estrangeiros”, já tínhamos nosso sangue azul nas veias. Sem opção, tínhamos q nos contentar com notícias de Rio e São Paulo e ver uma maioria esmagadora de torcedores desfilando com camisas de times como Botafogo RJ, Flamengo RJ, Fluminense RJ, Vasco RJ e até um ou outro com camisa do América RJ, Volta Redonda e Bangu RJ.  Enfim, os poucos imigrantes da capital que se aventuravam naquela cidade, estavam por si sós. Entre alguns chiados e o quase desaparecimento da voz dos repórteres de BH, conseguíamos ouvir um mínimo das notícias e fortalecer a paixão pelo Cruzeiro de Belo Horizonte.
Às vezes, nossa sede azul era acalmada com jogos do Campeonato Mineiro contra times da cidade, Juiz de Fora, onde sua torcida mais parecia a união de um exército carioca com todos os time representados em uma só platéia. Nós, em menor número, juntávamo-nos e seguia também as organizadas de Belo Horizonte para que assim, conseguíssemos fazer frente à enorme mistura de torcedores que apoiavam os times da cidade de Juiz de Fora. Quando o time Azul das Alterosas jogava em outro estado ou em outro país, ficávamos a ver navios com a mínima cobertura possível.
Lembro bem quando jogamos a SuperCopa Libertadores, que eu tinha que ligar para amigos em Belo Horizonte ou em cidades perto da capital mineira para saber o resultado mais rápido, ou então, esperar um jornal que vinha de Belo Horizonte, mas que só chegava à cidade após meio-dia. A vida de torcedor do Cruzeiro lá, não era fácil. O clima sempre pesava em qualquer evento relacionado a futebol, pois nós, minoria azul, nunca calávamos e sempre discutíamos e mesmo perdendo não deixávamos de amar o Cruzeiro.
Fomos colocados a situações de negar nossa linhagem nobre azul e nem assim fomos derrotados. Crescemos, vencemos, conquistamos o respeito de todos, ficamos temidos, pois tínhamos à nossa frente um clube que se tornava mais forte ano após ano. As demais torcidas foram se apequenando diante da representação do Cruzeiro no continente. O problema em nos sentirmos estrangeiros em uma cidade mineira de fronteira já não significava mais nada.
Tínhamos passado a um patamar maior, tornávamos conhecidos e temidos em todos os continentes, campeonato após campeonato. Contávamos com homens em campo, que a cada conquista elevavam o nome do Cruzeiro aos confins do mundo. Títulos Internacionais como: Copa Libertadores da América 1976, 1997, SuperCopa dos Campeões das Libertadores da América 1991, 1992,Recopa Sul-Americana 1998,Copa Ouro 1995,Copa Master da Supercopa 1995,  tornavam o Cruzeiro respeitado nas Américas e nos renderam um apelido que caiu super bem, “La Bestia Negra”.
Os títulos nacionais como: Campeonato Brasileiro 1966, 2003, este impecável, Copas do Brasil 1993, 1996, 2000, 2003; com destaque para a de 1996, em que o Cruzeiro bateu o Palmeiras e que segundo a imprensa já dava como certa a vitória Palmeirense; a Copa Sul-Minas 2001, 2002, esta que nos mostrou a garra de um dos maiores guerreiros de nossa história, e a Copa Centro-Oeste 1999. Sem contar os títulos estaduais (todos muito importantes), em que na sua grande maioria foram sobre nosso maior rival, com destaque para o título de 2003 que fez parte de uma sequência de títulos inéditos, em conjunto, para o futebol Brasileiro. No Campeonato Mineiro, o Cruzeiro exibe uma galeria incrível de títulos a começar por 1926, e em sequência 1928, 1929, 1930, 1940, 1943, 1944, 1945, 1956, 1959, 1960, 1961, 1965, 1966, 1967,1968,1969, 1972, 1973, 1974, 1975, 1977, 1984, 1987, 1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2002*, 2003, 2004, 2006, 2008, 2009, 2011. Ainda são incluídos a esses inúmeros títulos as Taças Minas Gerais 1973, 1982, 1983, 1984, 1985, Copa Belo Horizonte 1960 e os Torneios Início 1926, 1927, 1929, 1938, 1940, 1941, 1943, 1944, 1948, 1966.
Com uma história tão fantástica é impossível algum cruzeirense se sentir desamparado, hoje somos muito grandes. O Cruzeiro está em tamanho, ao lado de sua torcida e acima de qualquer política, jogador ou clube rival.
Vamos esquecer 2012/2012 e aumentar nossa lista de títulos!
Tudo por um 2013 forte, soberano e vencedor!
Somos, além de guerreiros, invencíveis, pois só nos escrevemos páginas Heróicas e Imortais...
Somos Cruzeiro, tão combatido e jamais vencido...

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