Depois de 2 anos de clube, chega ao fim a história do armador Roger no maior clube de MG. Entre polêmicas, grandes atuações e idas e vindas ao departamento médico, o jogador vai deixar saudades.
O Cruzeiro tem uma carência de ídolos muito grande desde que Alex saiu do clube em 2004 e o Sorín se aposentou (graças ao Adílson Batista). Fábio é talvez atualmente o maior ídolo do clube, ao lado do argentino Montillo. Porém, diferentemente de Fábio e Montillo, Roger é um jogador midiático. Ele adora estar em evidência, é dono de uma grande habilidade mas desde a época de Fluminense é um jogador muito "manhoso". De personalidade forte e muito inteligente, concede ótimas entrevistas.
Lembro até hoje da sua primeira partida com a camisa do Cruzeiro, em um clássico contra o maior rival em que depois de colocar uma bola na cabeça do Leonardo Silva para este fazer um gol no clássico, fez um golaço, foi para a galera, arrancou a cabeça do Raposão e levou a torcida celeste ao delírio, caindo instantaneamente nas graças da torcida.
Claro que nesses 2 anos de Toca da Raposa, nem tudo foram, como diz o seu sobrenome "Flores". O grupo do Cruzeiro ficou rachado no ano passado e nas duas pontas dessa rachadura ficaram Roger e Gilberto rusga essa que somada ao desmanche que o então presidente fez no time, quase levaram o Cruzeiro à segunda divisão. Foi ele que depois da última partida do Cruzeiro no ano passado, depois de humilhar o nosso maior rival, manteve o técnico Vagner Mancini no cargo até quase metade do ano de 2012 com uma entrevista muito sincera após aquele jogo.
Também tivemos capítulos tristes nessa história, como expulsões em jogos importantes do Cruzeiro. Quem não se lembra da sua expulsão infantil no primeiro tempo do jogo contra o Once Caldas que culminou com a eliminação do melhor time da competição no ano passado? Este ano a mesma história se repetiu, com outra expulsão ridícula contra o Atlético PR pela Copa do Brasil.
Na minha opinião, Roger foi um dos maiores meias, junto com Alex e outros que o Brasil já teve, safra essa que não vem se repetindo e estamos vivendo uma escassez de jogadores nessa posição, tanto que os times brasileiros estão importando todos de países vizinhos na América do Sul. Roger tem um toque refinado na bola, desde a época que surgiu no Fluminense já demonstrava isso. Bom cobrador de faltas sempre colocou a bola onde quis no jogo, fazendo ótimos lançamentos, mas acredito que por ser mimado demais nunca chegou a ter muitas chances na seleção brasileira, ainda mais depois do fiasco nas olimpíadas de 2000 que ele estava no grupo.
Roger disputou ao todo 99 partidas com a camisa do Cruzeiro, marcando 12 gols e conquistou o título do Campeonato Mineiro de 2011 além de liderar o time celeste na goleada em cima do maior rival por 6x1 no ano passado. Muitos podem dizer que já vai tarde, mas não podemos deixar de dizer que ele foi correto com o Cruzeiro, saiu antes do contrato terminar e ajudou muito o Cruzeiro em campo quando ele queria realmente jogar.
No mais, desejo muita sorte ao Roger no prosseguimento da sua carreira e que ele volte ao Cruzeiro um dia em uma nova função, já que ele é um jogador muito inteligente, fugindo da normalidade "boleira". Sendo assim garanto que vai ter vida longa no meio do futebol, mesmo como dirigente.
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