Quando ele chegou não era ninguém. No 
Cruzeiro tornou-se conhecido internacionalmente, foi convocado para a 
seleção de seu país e tudo o mais. Depois que saiu daqui voltou ao 
anonimato total. Vive à sombra do homem cacatua.
Refiro-me ao argentino Walter Montillo, 
alguém se lembra? Ele foi uma promessa de ídolo no Cruzeiro, que nunca 
se cumpriu. Aqui, viveu altos e baixos. Fez alguns gols importantes e 
deu outros tantos gols aos companheiros, é verdade. Mas perdeu pênaltis 
decisivos e pipocou em várias partidas importantes. Com ele em campo, o 
Cruzeiro não conquistou nada. O único título que o clube ganhou durante 
sua passagem foi o Campeonato Mineiro de 2011, mas ele nem estava no 
jogo decisivo, contra o Atlético-MG.
Quando Montillo estava aqui alguns 
diziam que o time sofria de “Montillodependência”. Mas, curiosamente, 
quando ele não atuava o time jogava melhor. Foi assim naquele 6 a 1 em 
cima das codornas e em vários outros jogos.
O fato é que desde aquela investida 
forte do Corinthians no final de 2011, o futebol do argentino minguou. 
Dr. Gilvan só não o vendeu àquela época porque o dinheiro ficaria 
comprometido com algumas dívidas que o clube tinha. Assim, o presidente 
procurou negociar com seus credores com calma para, aí sim, vender o 
argentino ao Santos por uma boa grana mais o Henrique. Um negoção! Ainda
 mais tendo em vista o rascunho de futebol que ele vem apresentando ao 
lado de Neymar.
Com essa grana, o Gilvan Chapeleiro foi 
atrás do experiente Dagoberto e do jovem e promissor Everton Ribeiro, 
que já enche os olhos da torcida com seu bom futebol e também de outros 
times, que andaram sondando o Cruzeiro no intento de contratá-lo. Mas o 
presida pretende segurá-lo e motivá-lo o suficiente para que a novela 
Montillo não se repita.
Ainda é cedo pra falar, mas Everton 
Ribeiro tem estofo de craque, tudo para substituir com folga e 
excelência o argentino e tornar-se um ídolo de verdade. Com ele, o 
Cruzeiro rejuvenesceu o time e deu um gás motivacional de quem quer 
fazer história com a camisa celeste.
Quanto ao Montillo, não o recrimino e 
nem o nomeio de mercenário. Ele apenas quis o melhor pra ele e família. O
 que me deixou profundamente decepcionado foi a forma com a qual ele 
conduziu as coisas. Para se ter uma ideia, o cara sequer foi à Toca para
 despedir-se dos colegas e funcionários. Saiu à francesa, na calada. 
Atitude muito triste para quem foi recebido e tratado com tanto carinho 
por todos.
Mimimi à parte, quero mais que o Montillo seja feliz com sua consciência.
Aliás, alguém aí se lembra dele?

 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário